sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

quando vi Chico Buarque

o peso de
seus olhos ultramarinos me azuleta
e o céu da tarde então me encapa
uma nuvem gris me transpassa
e traz um tufão que me enventa

todos meus poros desvariam: esquentam ebulem eriçam erigem
as vísceras se diluem no meu ventre e vão quebrando em ondas

tudo no recorte de um instante que passado minha cor me volta

e logo o aprendismo me domina: quer estande
a contraprova de que no tempo dum momento
o alto-mar lírico soprou meus cabelos de vento

4 comentários:

  1. Olha,
    eu só lhe digo uma coisa:
    Não lhe digo nada.

    Esse uso de palavras exóticas, quase neologísticas...
    Bom que faz sentido, pelo menos pra mim.

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  2. é uma pena peder uma poesia tão bonita por causa do título!
    hahaha

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  3. Último verso: perfeição.
    Sentimentos à flor da pele, e ao mesmo tempo com a suavidade de uma pluma.
    Abraços.

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  4. Gostei muito da tua poesia Letícia, parabéns!

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